A importância do lado humano na tecnologia

Por Paulo Seixas, CEO da 1500fh.

Já faz um tempo que o mundo está experimentando uma transformação digital, com efeitos imediatos no mercado de tecnologia – situação que foi ainda mais acelerada pela pandemia. Segundo uma reportagem da CNN, a busca por profissionais da área cresceu 671% só em 2020, e faltam profissionais capazes de preencher essa busca, principalmente no Brasil.

Para dificultar, está cada vez mais claro para as empresas que não é mais possível olhar apenas para o lado técnico do profissional – mais do que nunca, as habilidades comportamentais (ou soft skills) são essenciais para qualquer organização e profissional, tornando-se um termo cada vez mais popular entre recrutadores. No Google Trends, que dá um termômetro sobre o que as pessoas andam buscando na internet, a recorrência de pesquisas sobre o termo aumentou a partir de 2018.

A escola de formação Digital Trybe também fez um levantamento próprio, com 39 empresas, para entender os critérios de contratação de desenvolvedoras juniores. As respostas dos recrutadores e lideranças técnicas mostraram que 54% apontavam a combinação de habilidades técnicas e soft skills, enquanto 46% indicavam apenas as soft skills. Ou seja: todos os profissionais responsáveis pelas escolhas consideraram as soft skills como critério de decisão para a contratação.

A consultoria global de recrutamento especializado Robert Half lançou o relatório “Demanda por talentos no cenário atual”, que apresenta uma análise a respeito das tendências do mercado de trabalho, áreas, funções e habilidades mais demandadas para o segundo semestre de 2021. O relatório mostra que, na lista de habilidades que se deseja para os profissionais de tecnologia estão as capacidades de negociação e de comunicação, sendo que o gerenciamento de relações com stakeholders e competências interpessoais são as mais difíceis de encontrar nos candidatos.

Para conseguir desenvolver essas habilidades nos alunos, é necessário compreender seu ensino de maneira completa, não se limitando a aulas técnicas. Parcerias com empresas especializadas são uma maneira de explorar o lado interpessoal dos alunos, como recentemente fizemos na Uni1500 com a Picarelli, nossa parceira no desenvolvimento de workshops que buscam o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos.

Vicente Picarelli, fundador e sócio da Picarelli Consultores Associados, empresa de desenvolvimento humano e parceiro da Uni1500, afirma: “Recebi feedbacks como: ‘Estou mais atento as conversas’, ‘Me relaciono melhor com as pessoas’, ‘Meu nível de comunicação ficou melhor – as pessoas estão entendendo melhor o que eu quero dizer’, ‘Eu era extremamente tímida, tinha medo de me expressar e desenvolvi uma coragem’. São todas atitudes comportamentais que vemos refletidas, muito além de simples conceitos.”

Além de conteúdo específico voltado para esse desenvolvimento, é necessário rever como podemos utilizar de novas metodologias para uma formação mais contínua e efetiva. Nossa crença, com a experiência da Uni1500, é que a maneira mais produtiva de ensinar os alunos é por meio de projetos reais de empresas parceiras a partir da sua estratégia, metodologia, arquitetura, modelos de dados e governança. Dessa maneira, baseamos o aprendizado em Active Learning, com construção conjunta do conhecimento.

Marcelo Hikaru, do nosso curso de Cientista de Dados, destaca esse aspecto do curso: “Vem sendo uma experiência muito divertida e legal, a gente vem trabalhando em grupo, pesquisando… nós temos treinamento de soft skills com profissionais de diversas empresas. A gente vem trabalhando com os dados de uma maneira diferente, que eu não imaginava que seria.”.

Dessa maneira, acreditamos que é possível desenvolver habilidades fundamentais para qualquer profissional de tecnologia: a vontade de aprender; autonomia; espírito de colaboração; comunicação; inteligência emocional; proatividade; e, principalmente, flexibilidade e resiliência.

Como concluiu bem Artur Moura, da Alento: “Tenho uma satisfação especial por sentir que faço parte desse processo que vai contribuir também para o objetivo maior da digitalização e da transformação digital das nossas organizações.”

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